Estudantes da EJA apresentam trabalho científico em Mostra de Ciência e Tecnologia em Belém, no Pará
Estudantes da Escola Estadual Fazenda Dezesseis, de Augustinópolis, participaram da XV Mostra de Ciência e Tecnologia do Instituto Açaí (MCTIA), que aconteceu em Belém, no Pará, entre os dias 19 a 21 de novembro. Os estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) padrão e EJA para Pessoas Privadas de Liberdade (PPL) apresentaram o trabalho científico e ainda garantiram uma credencial para a Feira de Ciências de Recife, Pernambuco.
O evento, que tem como objetivo incentivar a pesquisa científica entre estudantes de todas as idades, reuniu mais de 120 projetos finalistas a avaliações e premiações, contou com espaço maker e de robótica, além de jogos cognitivos, planetário móvel e espaço para exposição da biodiversidade amazônica e demais organizações de apoio à educação e cultura.
O projeto, apresentado pelos estudantes Manoel Clemente, Joana Paula Barros e J. L. da S. teve como tema “Saberes do Campo: Percepção do uso de Plantas Medicinais no Povoado Dezesseis, Município de Augustinópolis”, demonstrou não apenas conhecimento técnico, mas também a capacidade de aplicar conceitos científicos em situações práticas, bem como importância da educação inclusiva.
A diretora Tatiane Padilha enfatiza que a presença desses estudantes nos dois eventos simboliza a esperança e o futuro promissor da educação no Brasil. “A participação dos estudantes da EJA padrão e EJA PPL na MCTIA é um exemplo inspirador do poder da educação inclusiva. Com dedicação e criatividade, eles estão quebrando estigmas e mostrando que todos têm potencial para contribuir com a ciência”, destacou.
Para o estudante Manoel Clemente a experiência mostrou que a determinação e o esforço podem superar barreiras. “Foi incrível participar da feira. Sentimos que nosso trabalho foi reconhecido e isso nos motiva a continuar estudando e pesquisando”, afirmou.
O estudante privado de liberdade, da turma de extensão da unidade, que funciona na Unidade Prisional de Augustinópolis, J. L. da S., revela que “a escola tem sido um refúgio e esse projeto tem sido um motivo de alegria. Ele me devolveu um sentimento que eu não sentia há quase cinco anos: o sentimento de humanidade”, contou o estudante.
Segundo a estudante Joana Paula Barros, a oportunidade de ir para Recife permitirá que os estudantes ampliem ainda mais sua rede de contatos e compartilhem suas experiências com jovens cientistas de outras regiões do país. “Estamos ansiosos para mostrar nosso trabalho em Recife. Será uma chance incrível para aprendermos mais e trocarmos ideias com outros estudantes”, comentou.
De acordo com as professoras Lucenir Barboza e Samylla Lopes, orientadoras da equipe, a acessibilidade do projeto da equipe tocantinense não apenas destaca o talento local, mas também serve como inspiração para outros alunos da EJA. “Estamos muito orgulhosas dos nossos estudantes. Eles demonstraram que, com apoio e dedicação, é possível alcançar grandes conquistas”, afirmou Lucenir.